terça-feira, maio 12, 2009

Divino ou Humano?


Bem, hoje vou escrever sobre um assunto um pouco (para não dizer muito) polémico.

Como muitos sabem, esta semana estreia nas salas de cinema a nova adaptação de um dos mais vendidos livros (logo a seguir a Código Da Vinci) do autor Dan Brown, Anjos e Demónios. Não será um filme tão polémico como o primeiro, é claro, mas sempre me deu uma oportunidade de falar sobre um assunto que me desperta muito interesse: a divindade de Jesus.

Houve aqueles que leram o livro, houve aqueles que viram o filme, houve aqueles que fizeram ambas as coisas. O livro é muito melhor que o filme (como de costume neste género de adaptações cinematográficas), mas não é por isso que a história deixa de nos surpreender, e fazer pensar.

Como deveis saber, o romance escrito por Dan Brown, e depois adaptado para cinema, coloca em causa a divindade e a história de Jesus Cristo tal e qual como a conhecemos.

Passemos ao resumo da obra para que podeis entender melhor…

Um assassinato dentro do Museu do Louvre, em Paris, traz à tona uma sinistra conspiração para revelar um segredo, protegido por uma sociedade secreta, que remonta aos tempos de Jesus Cristo. A vítima, o curador do museu, Jacques Sounière, seria o líder desta antiga sociedade secreta designada por Priorado de Sião, que, segundo o mesmo romance, já teve como membros pessoas como Sir Isaac Newton, Botticelli, Victor Hugo e, é claro, Leonardo Da Vinci. Momentos antes de morrer o curador deixa uma pista cifrada na cena do crime, acreditando que, desta forma, apenas sua neta Sophie Neveau, criptógrafa, poderia decifrar. Mas ela falha e é aí que entra Robert Langdon, um famoso professor de simbologia de Harvard. Devido às circunstâncias ambos acabam por ser considerados suspeito do crime. Assim, agora em fuga, precisam de encontrar a verdade oculta nas obras de Da Vinci. Enquanto percorrem as ruas de Paris e Londres, tentam decifrar um complicado quebra-cabeças que pode levá-los a um segredo milenar que envolve a Igreja Católica, Jesus Cristo e Maria Madalena. Sempre alguns passos à frente da polícia e do assassino, descobrem novas mensagens e desvendam alguns dos maiores mistérios do cristianismo e da arte de Da Vinci, que vão deste o sorriso enigmático da Mona Lisa ao significado do Santo Graal. Para tentar decifrar os mistérios que encontram, os dois “detectives” recorrem a um velho amigo de Robert Langdon, Sir Leigh Teabing, historiador britânico e especialista no que concerne aos do Santo Graal. Na casa desta figura fantástica Sophie Neveau fica a conhecer a teoria central de toda a trama: Jesus Cristo teria sido um descendente da família real judaica (o que realmente é verdade) e que seria um homem comum. Ter-se-ia casado com Maria Madalena, que na verdade nunca foi prostituta (isso também provavelmente é verdade) e teria tido uma filha com ela. Maria Madalena teria fugido para França quando Jesus foi executado, dando lá à luz a uma menina, Sara. Esta criança, por sua vez, terá dado origem aos Merovíngios, a primeira dinastia de reis de França. O Priorado de Sião seria, então, uma sociedade secreta destinada a proteger os descendentes de Jesus, pois estes eram os portadores do Santo Graal (Sangue Real). No final do livro, após muitas peripécias e revelações, ficamos a saber que o último descendente vivo de Cristo é, afinal, a própria Sophie Neveau. E, adivinhem, o assassino não era nada mais nada menos que o grande amigo de Robert Langdon, Sir Leigh Teabing, que arquitectou toda a trama, pois estava ansioso por revelar o segredo a qualquer custo!

O Código Da Vinci causou imensa polémica ao questionar a divindade de Jesus Cristo, ao afirmar que este foi casado e que gerou descendência. Segundo esta obra, o Santo Graal, o cálice sagrado geralmente associado a uma taça da qual os apóstolos beberam vinho na noite da Última Ceia, é na verdade uma referência ao útero de Maria Madalena e ao sangue dos supostos descendentes de Cristo.

Bem, Dan Brown não foi o primeiro a escrever sobre este assunto, mas foi de certeza aquele que ficou mais conhecido pelo facto e que gerou mais reboliço no seio da Igreja Católica.

Será tudo isto verdade? Ou serão invenções?
Acho que cada um decide em que acreditar! Eu, pessoalmente, não coloco esta teoria de lado. Nunca conheceremos a verdadeira vida de Cristo (a não ser que alguém invente uma máquina do tempo e possamos vê-la nós mesmos). Resta-nos somente a Bíblia, mas esta não foi enviada por fax do Céu. É, somente, uma compilação de testemunhos e, se a consultarmos, vemos que existem muitas lacunas (e não existe nada que nos diga que Madalena era uma prostituta). A Igreja escolheu 4 Evangelhos do Novo Testamento, mas havia outras histórias que se perderam no tempo.

Todas excepto uma que ficou escondida no Egipto até há cerca de 50 anos atrás, os pergaminhos de Nag Hammadi, que contêm uma versão alternativa sobre Jesus e Madalena. Os manuscritos têm nomes como “O Evangelho de Tomás”, “O Evangelho da Verdade”, “O Evangelho de Felipe” e um fragmento de “O Evangelho de Maria Madalena”.

Se não me falha a memória vi um documentário sobre a descoberta e decifração destes manuscritos e, realmente, a história que contam é deveras diferente daquela que conhecemos.

Bem, cada um acredita na história que quiser. Mas pergunto… porque é que a divindade de Jesus é tão importante? Se não o for, isso retira algum mérito aos sacrifícios pelos quais passou? Tira algum valor aos ideais que apregoou? Não, não tira! Acho que tal não destruiria a fé, talvez a renovasse. Pois, se um ser humano foi capaz de passar por tantas provações e sofrimento por amor ao próximo, ficando na história como um exemplo de coragem, amor, força e esperança, mudando o mundo, então, cada um de nós também é capaz de o fazer…

Afinal, talvez o humano seja divino!

1 comentário:

Anónimo disse...

Quanto à "máquina do tempo"....... "Felizes os que não vêem, contudo acreditam."