segunda-feira, julho 05, 2010

...


«Justin Sonder esteve dois anos e dois meses no campo de horrores de Auschwitz. Acreditou, sobreviveu, mas não esqueceu.

(...)

No final de cada dia de trabalho, uma coluna de homens quebrados, exaustos, regressava a pé ao campo, onde era feita a contagem. Quem tentava fugir era invariavelmente morto, se possível em frente aos outros, para servir de exemplo. Boa parte dos prisioneiros eram soldados russos capturados em combate, pelo que não era incomum que as suas últimas palavras fossem qualquer coisa como "Força, resistam!", ou "Viva Estaline e o Exército Vermelho!". Mas o episódio que até hoje não larga Justin Sonder foi diferente. Aconteceu ao fim de um dia de Outubro de 1944. Ao voltarem do trabalho, para a contagem, viram no patíbulo mais um prisioneiro que tentara evadir-se. Tinha 16 anos, anunciaram os guardas quando leram o seu nome e proveniência: Salónica, Grécia. "Ninguém dizia nada. Estávamos todos a sós com os nossos pensamentos: 'Será que vai gritar? Vai dizer alguma coisa? E vamos perceber o quê, se não falamos grego?'. E então, num sopro muito curto, um segundo antes de o carrasco o matar, disse uma única palavra. A sua única palavra, muito baixinho: 'Mamã.'. Logo a seguir estava morto. Ficámos todos em silêncio. Todos." (...)»


A história do prisioneiro nº 105.027, in Revista Única


6 comentários:

Green Eyes disse...

Arrepiante...

Artemisa disse...

Green Eyes...

Também achei.

Bjx

Ana Catarino disse...

Eu até dizia uma asneira, mas como não estou no meu blog limito-me a: Fonix! :s

Bjito *

Artemisa disse...

Marie...

Podes dizer à vontade. :D

Bjx

a Gaja disse...

Pergunto-me como é que o ser humano é capaz de tamanhas atrocidades.

Artemisa disse...

a Gaja...

Também eu me pergunto o mesmo.

Bjx