quinta-feira, abril 22, 2010

Inversão de valores...


Enviaram-me este mail ontem e tinha mesmo que postar...

Carta enviada de uma mãe para outra mãe no Porto, após um telejornal da RTP1:

«De mãe para mãe...

Cara Senhora, vi o seu enérgico protesto diante das câmaras de televisão contra a transferência do seu filho, presidiário, das dependências da prisão de Custóias para outra dependência prisional em Lisboa.

Vi-a a queixar-se da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que vai passar a ter para o visitar, bem como de outros inconvenientes decorrentes dessa mesma transferência.

Vi também toda a cobertura que os jornalistas e repórteres deram a este facto, assim como vi que não só você, mas também outras mães na mesma situação, contam com o apoio de Comissões, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, etc...

Eu também sou mãe e posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro, porque, como verá, também é enorme a distância que me separa do meu filho.

A trabalhar e a ganhar pouco, tenho as mesmas dificuldades e despesas para o visitar. Com muito sacrifício, só o posso fazer aos domingos porque trabalho (inclusivé aos sábados) para auxiliar no sustento e educação do resto da família.

Se você ainda não percebeu, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou cruelmente num assalto a uma bomba de combustível, onde ele, meu filho, trabalhava durante a noite para pagar os estudos e ajudar a família.

No próximo domingo, enquando você estiver a abraçar e beijar o seu filho, eu estarei a visitar o meu e a depositar algumas flores na sua humilde campa, num cemitério dos arredores...

Ah! Já me ia esquecia: Pode ficar tranquila, que o Estado se encarregará de tirar parte do meu magro salário para custear o sustento do seu filho e, de novo, o colchão que ele queimou, pela segunda vez, na cadeia onde se encontrava a cumprir pena, por ser um criminoso.

No cemitério, ou na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante dessas "Entidades" que tanto a confortam, para me dar uma só palavra de conforto ou indicar-me quais "os meus direitos".

Para terminar, ainda como mãe, peço por favor:

Façam circular este manifesto! Talvez se consiga acabar com esta (falta de vergonha) inversão de valores que assola Portugal e não só...

Direitos humanos só deveriam ser para "humanos direitos"!!!»

4 comentários:

Suspiro disse...

Já tinha lido isso, não sei se é verdadeiro ou não, mas faz doer no coração estas histórias que acabam por ser tão reais! ;) beijocas

Artemisa disse...

Suspiro...

Pois... Também não sei se é uma carta verdadeira. No mail diz que sim, mas... No entanto, que dá que pensar... Dá!!!

Bjx

CristianaC disse...

Sendo esta carta verdadeira ou não, a verdade é que demonstra perfeitamente o estado em que o nosso país se encontra. Infelizmente, parece-me que hoje se defende o criminoso e se culpa o inocente...

Artemisa disse...

CristianaC...

É verdade. Infelizmente, é o Portugal que temos.

Bjx