sábado, maio 16, 2009

Palavra de ordem... Desilusão!


Acho que depois de colocar este título no post não era necessário escrever mais nada, pois transmite o sentimento de muitos (inclusive o meu) em relação a esta adaptação cinematográfica do melhor (na minha perspectiva) livro de Dan Brown.

Baseado no livro "Anjos e Demónios", este filme descreve os acontecimentos passados na vida de Langdon antes dos acontecimentos que são mostrados em "O Código Da Vinci". Langdon tenta impedir que uma antiga sociedade, secreta, os Illuminatti, destrua a Cidade do Vaticano após o estranho assassinato de um físico na Suíça.

Ontem fui ver o filme. Estava muito entusiasmada, pois desde que li o livro sabia que daria um filme excelente. A expectativa era muita, mas saí defraudada. O filme está bom (para quem não leu o livro e não fazia ideia da história), mas não deixa de ser uma desilusão muito grande para quem o leu, tendo em conta que o filme foi, principalmente, feito para quem o fez.

O livro está a roçar a perfeição. O melhor que eu já li, a seguir ao Código Da Vinci. Por sua vez, o filme deixa um pouco, senão muito, a desejar, tanto pela história, que foi, em grande parte, alterada, bem como pela falta de emoção que o filme transmite. A personagem interpretada por Ewan Mcgregor podia ter causado um impacto muito maior, se a história não tivesse sofrido a alteração que sofreu.

Então a personagem o Camarelengo é descoberto mata-se e pronto? Toda a emoção e drama do final do filme foi retirado quando decidiram tirar a principal razão da sua morte, o facto de ser filho do Papa que morreu.
E a cena em que ele entra dentro do helicóptero e voa para o céu para impedir que a anti-matéria expluda e destrua toda a praça de S. Pedro? Que lógica tem ver-se o pára-quedas dele antes de a bomba explodir? Não teria mais impacto se ele aparecesse somente depois disso, para que a sua salvação parecesse um milagre, tal como no livro?

Além disso foram retiradas personagens que, a meu ver, eram importantes. O director do CERN por exemplo. O filme começa no CERN e de repente já estão todos no Vaticano, no gabinete da Guarda Suíça. Como é foram todos lá parar? Não se estabeleceu uma ponte entre o CERN e o assassinato do Silvano e o Vaticano.
E o símbolo iluminatti que aparece numa folha de papel assim sem mais nem menos? Não era suposto estar gravado a fogo no corpo de Silvano?
E, pensando bem, que assassino era aquele que mais parecia um empresário? Não há luta entre ele e Langdon, nada! O homem mata polícias à frente de um café mas, ninguém nota. Desce uma parede com imensos carros a passar e pessoas na rua mas passa totalmente despercebido.

E agora algo um pouco estranho… Quando Langdon conversa com o homem que foi enviado pelo Vaticano no seu escritório em Harvard, dá a entender que o primeiro não é bem visto no seio da Igreja devido a descobertas que fez no passado, o que nos remete para o que ele descobriu no filme Código Da Vinci. Mas como é isto possível se a história de Anjos e Demónios se passa antes? Se não se tratava das descobertas relacionadas com Jesus, então de que se tratava? Ficamos na ignorância.

Em suma, quem leu o livro fica extremamente desiludido. Nem o filme O Código Da Vinci se afastou tanto do livro.

Apesar disso o filme consegue transmitir uma mensagem importante. A ciência e a igreja estão juntas na descoberta da vida e do universo, mas cada uma usa uma linguagem diferente, o que não quer dizer que uma ou outra estejam erradas.

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