More than meets the eye…

Quem já não ouvi a expressão “não se deve julgar um livro pela capa”? De certeza que já todos a ouvimos e já reproduzimos a alguém em determinada situação, geralmente, alertando para que não se tire conclusões sobre alguém ou algo sem antes a conhecermos a fundo.

Mas, com este post, não quero falar de algo, mas sim de como o ser humano se engana muitas vezes quando julga alguém só pelo que vê. Todos somos julgados pela aparência física, ou pela roupa que vestimos, ou pelo sotaque que temos, ou pelo sítio onde nascemos ou vivemos, entre outras coisas. Se bem que a aparência física é a mais flagrante de todas.

Sejamos honestos, quando vemos alguém lindo de morrer (e isto é válido tanto para o sexo feminino como para o masculino) idealizamos uma personalidade que muitas das vezes não corresponde à realidade.

No caso das mulheres, um rapaz lindo (qual Hugh Jackman ou Robert Pattinson) faz a nossa imaginação voar até à terra dos contos de fadas da Branca de Neve, Cinderela ou Bela Adormecida, onde existem príncipes encantados. Homens cheios de qualidades e nenhum defeito, que nos proporcionariam uma vida típica de “e viveram felizes para sempre”. (Claro que há aquelas que pensam outras coisas menos românticas e mais, como dizer… Quentes??? Mas não é disso que falo.). Os homens, por seu lado, não faço a mínima ideia o que pensam quando vêem uma mulher deslumbrante, daquelas mesmo que os fazem até esquecer de respirar (uma mulher tipo Brigitte Bardot nos seus anos dourados ou Kylie Minogue), mas decerto que idealizam uma personalidade diferente da que de facto ela pode ter.

Mas isto não se aplica só quando as mulheres admiram homens e homens admiram mulheres. Foi só um exemplo. Aplica-se também quando homens admiram homens e mulheres admiram mulheres. Note-se que este admirar significa olhar, ver.

A aparência física, a beleza exterior engana imenso. Uma pessoa pode ser lindíssima por fora e por dentro ter um coração de gelo, ideias de arrepiar e um carácter pavoroso.

Uma vez vi na televisão, num daqueles reality shows, um participante que era lindo, mas preconceituoso demais. Numa partida engendrada pela produção, que consistia em colocar dois homossexuais a viver com ele, esta personagem (o concorrente) foi extremamente mal-educada e preconceituosa. Xingou, maltratou, insultou o suposto casal gay sem ter nenhuma razão relevante para o fazer. Naquele momento todo o encanto e beleza evaporaram-se por completo. Passou de “bestial a besta” como se costuma dizer. É que se há coisa que não suporto em alguém é que seja preconceituoso. Pode não achar normal, pode não compreender, mas dai a tratar as pessoas mal, como se de um animal se tratasse (ou pior), isso é que não.

Mas não foi só na TV que conheci pessoas assim. Na vida real também. Pessoas que passaram de uma nota positiva para uma negativa num instante devido a atitudes e ideais que não combinavam com a minha maneira de ver as coisas e a vida, pessoas que davam uma importância exagerada à imagem. Uma vez ouvi um colega meu (o menino bonito da turma) dizer a um amigo que estava apaixonado por uma rapariga: “Então, tu eras capaz de andar com ela, sendo ela assim… gorda? Eu não era!”. Resultado: o meu colega desceu muito na minha consideração.

Por outro lado, já conheci pessoas não tão lindas ao jeito de top models ou actores de Hollywood, mas antes pessoas normais vá, e fiquei mais que surpreendida pelo quanto tínhamos em comum. Estas sim, são as pessoas que valem a pena e que a dia a dia se vão tornando as mais belas do mundo aos nossos olhos.

É que a beleza exterior é efémera, com o tempo desvanece, mas a interior… essa dura para toda a vida!!! :-) More than meets the eye! (Tradução: “Mais do que se vê à primeira vista!”)