Hoje vou falar, ou melhor, escrever sobre um assunto bastante sério: a eutanásia.
Nos tempos de faculdade, para uma cadeira de Psicologia, fiz, juntamente com uma colega, um trabalho sobre este tema, cujo título era “Eutanásia: Problema ou Solução”. Pesquisámos imenso na internet e em livros, de forma a entendermos melhor o que de facto é a eutanásia. Descobrirmos que há vários tipos da mesma e que muitas pessoas ainda recusam em falar sobre este tema.
Como achámos que este tema seria útil para esclarecer várias mentes, e proporcionaria um bom debate, para apresentar o nosso trabalho, resolvemos organizar um colóquio, aberto a todos os alunos da faculdade. Como convidados tivemos um Professor de História de Mentalidades, uma Directora do Serviço de Urgências de um hospital e um padre (não podia faltar não é?). Depois de uma breve introdução ao tema feito por mim e pela minha colega, demos a palavra aos convidados, que expuseram o seu ponto de vista e, de seguida, passámos ao debate em si.
Escusado será dizer que o padre era contra a eutanásia. Como todos os padres utilizou o argumento que diz que ninguém tem direito de tirar uma vida humana a não ser Deus. (Concordo com isto. Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, mas pergunto… O que é vida? E já vão perceber o quero dizer com isto mais à frente)
A médica, e Directora das Urgências, cuja função é lidar com a morte todos os dias, tinha duas perspectivas. Como médica a sua obrigação é fazer de tudo para salvar uma pessoa, utilizar todos os métodos ao seus dispor, mas como ser humano, ela disse que não conseguiria viver encarcerada numa cama, dependente de outrem a 100%.
Eu confesso. Sou a favor da eutanásia. Não da eutanásia feita discriminadamente, sem controlo. Devia ser uma opção pessoal. Ou seja, devíamos ter connosco um género de testamento vital onde estejam instruções a ser seguidas caso aconteça algo de grave que nos impossibilite expressar. Por exemplo, imaginem uma acidentado… Alguém que não pode andar, falar, entender, cujo cérebro já não funcione, não tenha a capacidade de percepção que todos nós temos, e que damos como garantidas. Alguém que esteja dependente de outros para beber, para comer, para ir à casa de banho, para vestir, para tomar banho… Enfim, como se nós fossemos um boneco. Acham que conseguiriam viver assim?
Eu digo que não conseguia. Não conseguia ver a vida da minha família, da minha mãe, ficar focada só em mim. Não queria ver a minha mãe acabar-se, cansar-se a cuidar de mim. Não queria que essa fosse a vida dela, nem a minha, pois isso, na minha modesta opinião, não seria vida. Eu sei que cuidar de mim seria uma decisão tomada com todo o carinho e amor. Mas eu não seria feliz assim. Não seria feliz e ponto.
Compreendo que, para aqueles que têm familiares em estado vegetativo, ou numa condição de dependência de outrem, e que queiram morrer com dignidade, esta realidade não seja fácil. Não é fácil atender ao pedido “ajuda-me a morrer... deixa-me morrer”. Muito pelo contrário, deve ser muito difícil. É muito penoso. Ninguém quer deixar ir uma pessoa que se ama. Se o coração já sangra quando alguém que adoramos vai para outro mundo sem ser por vontade própria, nem imagino o que se deve sentir quando essa pessoa nos pede para morrer. Mas imaginem o estado de desespero e dor emocional que alguém deve sentir para querer por terminus à sua própria vida. (E aqui não falo se suicídio atenção… Falo do facto de não puder ter uma vida digna por motivos de saúde. Motivos graves.)
Para mim vida é vida quando temos consciência, quando temos alguma independência, quando podemos ser felizes, quando temos força para lutar.
Há milagres na medicina? Há. Mas quem nos garante que esse milagre vai acontecer?
Nos tempos de faculdade, para uma cadeira de Psicologia, fiz, juntamente com uma colega, um trabalho sobre este tema, cujo título era “Eutanásia: Problema ou Solução”. Pesquisámos imenso na internet e em livros, de forma a entendermos melhor o que de facto é a eutanásia. Descobrirmos que há vários tipos da mesma e que muitas pessoas ainda recusam em falar sobre este tema.
Como achámos que este tema seria útil para esclarecer várias mentes, e proporcionaria um bom debate, para apresentar o nosso trabalho, resolvemos organizar um colóquio, aberto a todos os alunos da faculdade. Como convidados tivemos um Professor de História de Mentalidades, uma Directora do Serviço de Urgências de um hospital e um padre (não podia faltar não é?). Depois de uma breve introdução ao tema feito por mim e pela minha colega, demos a palavra aos convidados, que expuseram o seu ponto de vista e, de seguida, passámos ao debate em si.
Escusado será dizer que o padre era contra a eutanásia. Como todos os padres utilizou o argumento que diz que ninguém tem direito de tirar uma vida humana a não ser Deus. (Concordo com isto. Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, mas pergunto… O que é vida? E já vão perceber o quero dizer com isto mais à frente)
A médica, e Directora das Urgências, cuja função é lidar com a morte todos os dias, tinha duas perspectivas. Como médica a sua obrigação é fazer de tudo para salvar uma pessoa, utilizar todos os métodos ao seus dispor, mas como ser humano, ela disse que não conseguiria viver encarcerada numa cama, dependente de outrem a 100%.
Eu confesso. Sou a favor da eutanásia. Não da eutanásia feita discriminadamente, sem controlo. Devia ser uma opção pessoal. Ou seja, devíamos ter connosco um género de testamento vital onde estejam instruções a ser seguidas caso aconteça algo de grave que nos impossibilite expressar. Por exemplo, imaginem uma acidentado… Alguém que não pode andar, falar, entender, cujo cérebro já não funcione, não tenha a capacidade de percepção que todos nós temos, e que damos como garantidas. Alguém que esteja dependente de outros para beber, para comer, para ir à casa de banho, para vestir, para tomar banho… Enfim, como se nós fossemos um boneco. Acham que conseguiriam viver assim?
Eu digo que não conseguia. Não conseguia ver a vida da minha família, da minha mãe, ficar focada só em mim. Não queria ver a minha mãe acabar-se, cansar-se a cuidar de mim. Não queria que essa fosse a vida dela, nem a minha, pois isso, na minha modesta opinião, não seria vida. Eu sei que cuidar de mim seria uma decisão tomada com todo o carinho e amor. Mas eu não seria feliz assim. Não seria feliz e ponto.
Compreendo que, para aqueles que têm familiares em estado vegetativo, ou numa condição de dependência de outrem, e que queiram morrer com dignidade, esta realidade não seja fácil. Não é fácil atender ao pedido “ajuda-me a morrer... deixa-me morrer”. Muito pelo contrário, deve ser muito difícil. É muito penoso. Ninguém quer deixar ir uma pessoa que se ama. Se o coração já sangra quando alguém que adoramos vai para outro mundo sem ser por vontade própria, nem imagino o que se deve sentir quando essa pessoa nos pede para morrer. Mas imaginem o estado de desespero e dor emocional que alguém deve sentir para querer por terminus à sua própria vida. (E aqui não falo se suicídio atenção… Falo do facto de não puder ter uma vida digna por motivos de saúde. Motivos graves.)
Para mim vida é vida quando temos consciência, quando temos alguma independência, quando podemos ser felizes, quando temos força para lutar.
Há milagres na medicina? Há. Mas quem nos garante que esse milagre vai acontecer?
8 comentários:
Tema mt polémico! Mas partilho da tua opinião, concordo... ;)
Eu penso que cada caso é um caso, e em casos extremos, a eutanásia não me choca.
eu sou totalmente a favor da eutanasia... acho que há vidas, que a partir de uma certa dependencia deixam de fazer sentido, tanto para elas proprias como para os que a rodeiam...
muito boa frase swadharma, eu tb sou a favor e acho que devia ser legal, em vez de tarmos ai a sofrer k nem loucos acabavámos logo com isso....muito bom tema para falares!!!!
bj
Swadharma...
Simplesmente não acho que seja justo "viver" sem qualidade...
Bjx
****
Suspiro de baunilha...
Sim, é bastante polémico... E, ainda, muitas pessoas se recusam a falar dele... Infelizmente!
Bjx
****
Olhos Dourados...
Exacto. Eu não estou a dizer que se deve praticar eutanásia ao desbarato. Há que analisar bem o caso... E a vontade que a pessoa expressou antes de ficar num estado vegetativo, por exemplo...
Bjx
****
Rosie Dunne...
Exacto. A vida é bela quando é vida...
Bjx
****
Asiram...
É um tema polémico... E nem todas as pessoas partilham da nossa opinião.
Bjx
É um tema bastante controverso, mas concordo com a tua opinião.
É muito difícil deixar que alguém que amamos se vá embora, mas se for para a pessoa ficar a depender da família, perder toda a sua autonomia e dignidade (porque há pessoas que se sentem mal quando outros tratam delas, ex: dar banho ou de comer), talvez seja melhor assim. Talvez se acabe de vez com o sofrimento da pessoa e com a dor da família!
beijinho
Devia ser dada a opção.. Porque o que é preferivel para uma pessoa para outra pode não o ser. A vida para mim, é tal como tu dizes..
beijinho.
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