sexta-feira, outubro 16, 2009

Perguntar ao tempo, quanto tempo o tempo tem...





Passam segundos, passam minutos, passam horas, dias, semanas, meses e mesmo anos…

O tempo corre sem parar, sem que nós o consigamos impedir. Num momento estamos nós na barriga da mãe e, de repente, no outro, estamos a entrar na faculdade. Vemo-nos a casar e, assim, num piscar de olhos, vislumbramo-nos a nós mesmos ao espelho cheios de rugas (feridas de guerra que o tempo provoca) e rodeados de pirralhos. Um contraste entre o novo e o velho, a juventude e a velhice, a ingenuidade e a sabedoria.

O tempo, esse matreiro que ora é nosso amigo ora é nosso inimigo, atravessa a nossa vida qual fantasma invisível que passa despercebido. Os seus dedos tocam os ponteiros do relógio fazendo-o avançar, avançar e avançar. Sempre ao mesmo ritmo, sem nunca vacilar.

No entanto, acho engraçado a percepção que cada um tem desta passagem temporal inexorável. Cada um experiencia-a de maneira diferente.

Quando somos novos queremos acelerar o relógio, atingir a maioridade, tendo a ingénua ideia que, nessa altura, seremos independentes. Que podemos fazer tudo o que nos passa na cabeça sem qualquer impedimento. Por outro lado, quando somos adultos, queremos parar o tempo, não queremos envelhecer. Há, também, aqueles que querem algo ainda mais impossível do que parar as engrenagens. Querem, antes, regressar ao passado. Ser crianças de novo, sem problemas, preocupações, sem stress ou até mesmo voltar a determinado período da sua vida. Mas o tempo passa sem que possamos fazer nada para o evitar.

Depois há aqueles momentos em que estamos felizes, bem-dispostos e as horas (e esse bandido de nome Tempo) passa num instante. Três horas parecem três minutos. Porque será? Porque será que quando queremos que o tempo passe devagar, devagarinho, ele vai-se qual Speedy Gonzalez? Mas quando queremos que ele passe depressa é vê-lo qual caracol coxo? Lento, lentinho que até dá dó.

Estranho, este Tempo…

7 comentários:

Lia disse...

mesmo estranho...anda sempre em velocidade contrária à que queremos... e acelera bastante no momento em que fazemos 20 anos...

Artemisa disse...

Lia...

Já me disseram que quando se chega aos 40 é pior ainda...

Bjx

Anónimo disse...

O texto está muito bom. Ao lê-lo nem senti o tempo passar :D

Artemisa disse...

Saga...

Obrigado. Devia estar inspirada... :-p

Bjx

Eu mesma... disse...

como consideramos a felicidade uma coisa natural temos tendência a não a viver como devíamos, a aproveitar todos os instantes. Como a dor é o oposto, concentramo-nos nela, o que nos faz parecer que o tempo de infelicidade é maior...
beijinhos

Olhos Dourados disse...

Pois é, o tempo passa depressa quando queremos que passe devagar, e passa devagar quando queremos que passe depressa!

Por exemplo, agora queria que passasse depressa para entrar em fim-de-semana. E no fim-de-semana queria que andasse mais devagar! lol

Artemisa disse...

Anne...

Isso é verdade. Temos tendência a concentrarmo-nos mais na dor que na felicidade, não a aproveitando como deve ser...

Bjx

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Olhos Dourados...

Eu compreendo isso :-p

Bjx