quinta-feira, outubro 01, 2009

Um post polémico… Adopção por homossexuais.



Este é um assunto do qual não se fala muito. Talvez por ser bastante polémico e delicado, as pessoas tenham receio de o abordar. Afinal de contas, falamos da vida de crianças.

Recentemente, vi nas notícias que o Elton John e o seu companheiro queriam adoptar uma criança. Um sonho que já povoava há muito o coração do parceiro do famoso cantor. Este último, não tinha acedido a tal, visto a sua vida ser extremamente ocupada com gravações, concertos e tours pelo mundo fora. No entanto, este ano ambos decidiram dar esse passo, mas, pelo que me apercebi, ou li nalgum lado, não lhes foi permitido adoptar.

Não sei o porquê desta decisão, mas se a base para tal foi o facto de serem um casal homossexual, digo já que não concordo. Sim, sou a favor da adopção por parte de casais homossexuais. Digam que sou moderna, que tenho a mente demasiado aberta, o que for, mas tenho as minhas razões para ser a favor.

Não escrevo estas linhas para fazer apologia à homossexualidade, nem para criticar a sociedade cristã. No entanto, como muitas pessoas, não acredito que a homossexualidade seja uma doença. É uma escolha, uma orientação sexual diferente. Ponto.

Já ouvi chamarem-lhes aberrações. Para mim, aberrações são aquelas pessoas que matam outras sem razão, homens que batem em mulheres, pessoas que batem em crianças, pedófilos e por aí adiante. Esses sim têm um grave problema.

Para quem não sabe, a homossexualidade não nasceu há 4 ou 5 anos. Não! Já remonta à época dos Romanos, onde tal não era visto com o desdém, com o preconceito, com “nojo”… Não! Era visto como algo de normal. Os homossexuais não eram apontados, renegados, enxovalhados nem postos de parte. Perguntam-se se também concordo com o casamento entre eles? Sim concordo, e não tenho pudor em admiti-lo. Se concordo que a essa união lhes chamem casamento? Porque não?

Diz a lei que casamento é a união entre duas pessoas cujo fim é procriar. Então, seguindo a lógica desse pensamento, se eu for estéril não me posso casar, se um senhor de 70 anos, apaixonado por uma senhora de 72, deseja casar-se com ela, também não o pode fazer.

Lamento muito, mas acho essa definição de casamento extremamente idiota. Quando duas pessoas se casam é porque se amam, porque querem partilhar uma vida juntas, com as suas alegrias e tristezas. Querem partilhar um mesmo caminho, surjam filhos durante o mesmo, ou não.

Mas já me estou a desviar do assunto…

Independentemente da nossa crença religiosa, devemos ser tolerantes com as escolhas que as pessoas fazem nas suas vidas, concordemos com elas ou não. Não temos o direito de julgar ninguém, nem de impedi-lo de usufruir dos seus direitos legais e humanos.

Na minha humilde opinião, e ela vale o que vale, prefiro ver uma criança a ser criada por um casal homossexual, que lhe proporcione um futuro e uma vida digna, do que vê-la na rua, nos passeios, nos semáforos a pedir dinheiro, prostituindo-se, ou até mesmo encerrada em orfanatos, sem conhecer o significado da palavra amor, família, protecção, educação. Em suma, sem perspectivas de vida.

Se há coisa que me faz espécie, é ver orfanatos cheios de crianças. Algumas têm a sorte de serem adoptadas, depois de uma imensa burocracia, mas outras lá permanecem, sozinhas. Negar a uma criança o direito de ser adoptada, de ser amada é, no meu ponto de vista, uma violência inconcebível.

Compreendo as reticências que se põem relativamente a este assunto, principalmente no que concerne à estabilidade emocional da criança, quando se aperceber que tem dois pais ou duas mães, em vez de um pai e uma mãe. E é por isso que defendo, que estas crianças deviam ser acompanhas por um psicólogo, para que este lhes possa ajudar a perceber a sua real situação. Que lhes explique que o amor é mais importante, que não tem que ter vergonha.

O amor não tem sexo, o amor não exige requisitos. Amor é dar a alguém o direito, que todo o ser humano tem desde que nasce, de ser feliz, de ter uma vida digna, de ter uma família e, principalmente, de ser reconhecido como cidadão, independentemente do sexo ou orientação sexual.

12 comentários:

Anónimo disse...

É um tema polémico, sem dúvida. É sensível. E é um campo onde é difícil opinar. Pelo menos para mim. Porque se, por um lado, concordo com a adopção por casais homossexuais, por outro é-me difícil imaginar a vida social da criança, estando acompanhada por dois pais ou duas mães.
Concordo com a necessidade de um psicólogo e acho que a própria criança devia, de alguma forma, ter voto na matéria.
A minha única preocupação nesta questão é o bem estar da criança e pouco me importa a tendência sexual de cada um.

Lia disse...

este assunto deixa-me dividida. Se quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, acho que tem todo o direito de o fazer, quanto à adopção já não consigo ser tão decidida.

Acho que uma criança precisa de ambos os modelos: feminino e masculino, coisa que um casal homossexual não poderá proporcionar.
Por outro lado, acho que mais vale isso do que crescer sem modelos, sem amor e sem carinho...

Olhos Dourados disse...

Sabes uma coisa? Concordo contigo! Há tanta criança abandonada, porque não poder dar-lhe amor e um futuro, mesmo sendo por duas pessoas do mesmo sexo? Antes isso do que não terem ninguém!

Daniela disse...

Também concordo. Há tantas crianças nos orfanatos e muitas delas nunca chegam a ser adoptadas. E há muitos casais homossexuais com as mesmas ou até melhores capacidades para educar uma criança.
Só fico é mais reticente em relação ao facto de, neste caso, as crianças ficarem apenas com uma figura parental, quando o ideal seria terem uma figura masculina e outra feminina.

bjinho

Anónimo disse...

eu sempre fui a favor disso tudo e eu até já tive grandes amigos homossexuais e eles são pessoas espectaculares...eles ate são melhores do que certos pais ai que existem e tem os filhos e depois abandonam-os no meio de um balde do lixo....enfim cenas que não lembra a ninguem!!! eu acho que para criar uma criança o mais importante é o amor e o afecto, a educação....


espero que daki mais uns aninhos ja seja tudo diferente


bjux e bom post!!!

Nês disse...

Querida Aninhas a minha opinião no que toca a este assunto é diferente da tua. Não sou nenhuma mente retrógada, nada disso, mas passo já a explicar o que me leva a ter esta opinião. Não tenho nada contra o casamento de homosexuais pois acho que cada pessoa é livre de estar com quem quer, no que toca á adopção temos envolvida uma criança, uma criança que muito provavelmente não irá ter uma vida a nivel educacional ( com dois pais ou duas mães) como uma criança educada por pais de sexos diferentes. Também desde cedo estas começam a tentar competir pelo seu lugar junto dos amigos, evitando sempre ser gozado ou posto de parte pelo que quer que seja, imagino que nesta idade os amigos desta criança ainda não tenham maturidade suficiente para entender estas relações e de certo que também se iram sempre ouvir comentários menos optmistas em relação aos pais homossexuais desta criança, o que eu acho que iria causar logo um motivo de gozo e "chacota" perante esta. Espero que tenhas compreendido e respeitado o que tentei explicar bjnhoo*

Buxexinhas disse...

Tema complicado... Só acho que o bem-estar da criança deve ser a prioridade máxima, ou seja, tudo deve ser feito para que a criança não seja excluída, marginalizada ou carente em amor! Isto aplica-se a homossexuais ou heterossexuais! Beijinho

Artemisa disse...

Saga...

Sim, é um tema polémico e as pessoas têm que ter a mente aberta...
Se a criança for feliz, se for amada, pouco me importa a orientação sexual de quem a educa...

Bjx

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Lia...

É óbvio que crescer com pais do mesmo sexo e com pais de sexos diferentes não é a mesma coisa.

É preciso acampanhamento psicologico para que as crianças entendam que não são inferiores aos outros. Mas antes isso que vê-las fechadas em orfanatos...

Bjx

****

Olhos Dourados...

Exacto. É isso que penso...

Bjx

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Asiram...

Exacto. Amor é um sentimento... Não é caracteristico de um só homem ou uma só mulher... Todos têm amor para dar!

Bjx

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Nês...

Eu compreendo e respeito as opiniões de todos... Não é por não concordares comigo que vou achar que és isto ou aquilo.

Exactamente por saber como são as crinças em certas idades é que defendo que as que fossem adoptadas por casais homossexuais deviam ter algum tipo de acompanhamento.

Quanto à educação... Não é só um casal hetero que á capaz de educar uma criança. Afinal de contas temos várias familias constituidas apenas por um dos pais e o respectivo filho. Dois pais ou duas mães podem perfeitamente educar bem uma criança.

Esta é a minha opinião... Prefiro ver uma criança crescer, ser amada, educada por uma familia de homossexuais que vê-la perdida nas ruas, em orfanatos ou instituições.

Bjx

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Buxexinhas...

É na criança que penso... Uma criança merece saber o que é ser amanda, protegida. Merece saber o que é ter uma familia. Tenha essa familia a orientação que tiver...

Bjx

António Soares disse...

Sou contra!
As evoluções sociais não podem ser assim tão repentinas. Além disso, é mais que evidente que o seio familiar influencia directamente o individuo, daí que seja necessário conhecer o mais profundamente possível o que poderá advir dessa adopção.
Acho que é preciso debater, pensar e estudar bem esse assunto antes de o aplicar na prática.
Não esquecer que seria uma legislação para um grupo (homossexuais) mas que iria afectar outro grupo (crianças)!
É muito delicado mas por enquanto sou contra!

Artemisa disse...

Swadharma....

As evoluções não podem ser repentinas, mas temos que começar por algum lado. Alguém tem que ser o primeiro.

O seio familiar influencia o indíviduo sim, mas não concordo que por ter pais do mesmo sexo, a criança venha a ser homossexual. Isso seria o mesmo que dizer que filhos de pais divorciados não se casariam jamais, e isso não é verdade.

Eu sou filha de pais divorciados e não tenho qualquer tipo de trauma, nem fugo do compromisso a sete pés. Até me considero uma rapariga bastante estável a nível emocional.

E como disse, prefiro ver as crianças a serem educadas por casais homossexuais (eles não são nenhuns bichos e devem ter os mesmos direitos que nós) do que encerradas em orfanatos... Mas respeito a tua opinião :-)

Bjx

Bruno disse...

um tema sério e com muitas opiniões divergentes... mas eu subscrevo o que escrevestes... prefiro sem duvida saber que uma criança pode ter e saber o que é ser amada independentemente do tipo de família moderna(casais homo ou divorciados) ou família tradicional... do que estarem jogadas à sua própria sorte e em instituições... também terão o direito de serem felizes... não tem culpa que a sua família tradicional a tenha renegado!!!

beijinho

Artemisa disse...

Bruno...

Exactamente o que eu penso :-)

Sê bem-vindo aqui ao estaminé...

Bjx