Andava aqui com uma falta de inspiração para escrever maior que o Evereste. Não tinha tema, nem muito menos inspiração para pensar num. Mas é engraçado como as coisas funcionam pois, quando menos esperamos, surge ao virar da esquina uma palavra, um sentimento, ou um acontecimento que faz brotar na nossa mente uma cascata de palavras.
Infelizmente, estas nem sempre surgem pelo melhor motivo, como é este caso. Uma vez que isto me afecta pessoalmente, não vou estar aqui com falinhas mansas e, muito menos, me vou dar ao trabalho de ocultar nomes.
Aqui na zona onde eu vivo existe uma empresa cujo nome começa por Terma e acaba em Listur (já agora, esta empresa pertence à Câmara), detentora dos Balneários D. Afonso Henriques e D. Amélia. Verdade seja dita, parece-me que o clima de trabalho nesta empresa não é dos melhores, motivo pelo qual nunca me inscrevi aquando dos processos de recrutamento. Não é uma empresa diferente das outras, funciona, na maioria das vezes, à base de cunhas portanto. Ou melhor, é à base de cunhas que se sobe na carreira e se entra no quadro.
A minha mãe trabalha lá há 18 anos. 18 anos e continua sem entrar nos quadros, ou seja, durante uns meses por ano fica no desemprego. No entanto, todos os anos vê fazerem contratos permanentes a outras que trabalham lá meia dúzia de anos. E digamos que não é graças à competência e simpatia que isso acontece. O contrato dela acabou há uns dias, pelo que agora está em casa, de férias. Hoje foi entregar a farda, como é da praxe, e descobriu que foram chamadas de novo para trabalhar, outras funcionárias que também já estavam de férias. Funcionárias que não são polivalentes. Funcionárias que não primam pela responsabilidade, ou assiduidade. Funcionárias que estão lá há menos tempo. Funcionárias que têm um marido rico que as leva a passar férias sei lá eu onde.
Não quero pintar aqui uma imagem de coitadinha da minha mãe. Não, pois ela de coitadinha não tem rigorosamente nada. É uma mulher de armas, trabalhadora e que me criou praticamente sozinha. Uma heroína, no meu ponto de vista. Nunca faltou um dia ao trabalho, nunca desrespeitou um utente nem uma colega. Sempre primou pela pontualidade, pela simpatia, pela polivalência e pela responsabilidade. Mas, infelizmente, naquela empresa isso não adianta de nada. A única coisa que interessa é quem tu conheces ou deixas de conhecer. O factor C está sempre lá.
E ver a minha mãe a chegar a casa a chorar por causa daqueles atrasados mentais, daqueles pseudodirigentes empresariais que não sabem reconheceriam um bom funcionário nem que ele lhe caísse em cima, faz nascer em mim uma revolta imensa. A única coisa que lhes interessa é o dinheiro que lhes cai nos bolsos, ou melhor, que é desviado para os bolsos. Sim, desviado. E tenho dito! Porque andarem a trocar de carro mês sim, mês não, ir de férias não sei para onde e comprar milhentas coisas não se faz com um ordenado de 800 euros. Tem que vir algum de fora. E o que vem de fora é muito, pois os Balneários dão muito dinheirinho. Então na época alta é só ver dinheiro a entrar em caixa. É pagamento de consultas, é tratamentos, é bem-estar, é taxa sobre a água utilizada, etc e tal.
O Figo, sim o Figo, quis comprar a Termalistur. O seu objectivo era modernizar aquela que é uma bela zona turística. Uma das coisas que ele queria fazer, segundo me chegou aos ouvidos, era um hotel 5 estrelas e um centro de estágios aqui na zona. Escusado será dizer que isso ia ser óptimo no ao turismo diz respeito. Mas, a Câmara não quis vender. E porquê? Porque o Figo ia privatizar a empresa, claro. E uma vez privatizada já não entrava dinheirinho na Câmara, ou melhor, nos bolsos alheios.
Infelizmente, a Termalistur não é a única empresa assim. Muitas há espalhadas por este país fora que não conhecem os termos pontualidade, assiduidade, responsabilidade, polivalência, esforço… Só conhecem uma palavra: cunha. E é por coisas destas que eu sou totalmente contra as cunhas. Radical mesmo. Toda e qualquer empresa que promovesse esta prática devia levar com uma valente multa em cima.
Resumindo: caros dirigentes da Termalistur. Estimo seriamente que quando forem pegar no vosso BMW, Volvo e afins o encontrem totalmente espatifado, arranhado, partido, triturado e mais coisas más acabadas em –ado. Prometo rezar todas as noites para que, quando se virem no desemprego, os menos qualificados que vós passem à vossa frente com um sorriso trocista no rosto.
Mais digo, que torço fervorosamente para que um dia as vossas falcatruas sejam todas descobertas para que eu me possa rir à grande e à francesa, enquanto vocês vêm o sol a nascer aos quadradinhos.
Tenham um péssimo dia e uma valente dor de cabeça!
Traduzindo por miúdos: Estimo muito que se f****!
(Queridos leitores que não têm nada a ver com isto…
Desculpem lá o palavrão, mas aqui teve que ser…)
9 comentários:
Somos portugueses, somos pequeninos... Mas grandes nas maiores merdas que se podem fazer neste mundo!
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Somos bons naquilo que não devíamos
Se isso é mesmo assim como dizes, é muito mau!
Isso em Portugal é o "Pão Nosso de Cada Dia"...
Se imaginasses as falcatruas que fazem nos Bancos. Ui! Ui!
Beijos
Há muita merda em muito lado. Concorri agora para 4 vagas na câmaar municipal daqui, mas já ouvi dizer que as 4 vagas já estão preenchidas.
Saga...
É, nisso somos grandes.
Bjx
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Silvia...
Infelizmente é assim mesmo.
Bjx
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Pepper...
Portugal continua a descer mais na minha consideração.
Se fosse só nos bancos que fazem falcatruas...
Bjx
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Olhos Dourados...
É tal e qual como digo.
Bjx
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Diabo de mulher...
Eu para câmaras nunca mais. Já tive a minha quota parte de desilusões nesse âmbito...
Bjx
Eu também sou totalmente contra as cunhas. Mas neste país é o que mais há! Infelizmente!
kiss
Nao diria melhor que tu, bem em portugal qem tem cunhas tem tudo --'
Infelizmente, neste rectângulo à beira mar plantado, o que ainda funciona bem mesmo é a cunha. basta ter amigos no sítio certo, e vive tudo à conta do erário público.
Quanto à tua mãe, se trabalha lá há 18 anos, não me parece legal ainda não ter sido colocada nos quadros. será que o patronato não está a cometer mais outra ilegalidade?
Beijoca!
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