terça-feira, novembro 17, 2009

História da vida…


Era uma vez um rapaz que tinha tudo. Um rapaz que teve a sorte de nascer no meio de uma família completa e feliz, com um pai, uma mãe e um irmão mais novo. Apesar de a relação de proximidade entre ele e os pais não ser a ideal, não haver aquela intimidade ou companheirismo, sempre teve tudo o que desejou. Um curso, um carro, roupa da melhor marca e tudo o mais que pudesse querer. Era um rapaz simpático, educado, responsável, com a cabeça no lugar.

Esse rapaz cresceu, tornou-se adulto, formou-se e, assim como acontece com muitas pessoas, teve um desgosto de amor. A rapariga que amava deixou-o, coisa que o abalou profundamente. Deixou de se preocupar com ele mesmo, com comer, com tudo. Farto de estar em casa, rumou até ao Norte, tentando procurar conforto em casa da tia, da prima e da avó.

Foi recebido de braços abertos. A tia era o seu ombro amigo, alguém com quem ele podia desabafar e que tinha sempre algum conselho bom para dar. O rapaz ficou por lá uns dias, comendo pouco, saindo pouco, pensando muito e fumando ainda mais.

Chegou a altura de voltar, e ele lá foi rumo à capital, um pouco melhor, parecia. Começou a sair à noite com os amigos, a conhecer pessoas novas. E conheceu uma outra rapariga, com quem dizia estar a passar o tempo, uma brasileira. Foi aí que as coisas começaram a descambar.

Ele foi avisado. Disseram-lhe que aquilo não ia acabar bem. Para estar atento, pois muitas brasileiras que vêm para Portugal só têm um objectivo: “caçar” um idiota para lhe sugarem o dinheiro todo, não se importando se destroem uma família pelo caminho ou não. Ele dizia que sabia disso. Foram-lhe relatadas histórias de casos verídicos onde isso tinha acontecido. Ele dizia que sabia disso. Ele dizia que era só uma curte, nada de importante. Disseram-lhe para ter cuidado, para pensar, para não se deixar enredar. Ele dizia que era só uma curte.

Nenhum aviso surtiu efeito. Ele deixou-se enredar, deixou-se envolver e a sua personalidade, o seu carácter mudou totalmente. A simpatia esfumou-se, a educação também. Inteligência nem vê-la. Deixou de ir a casa, de dar satisfação aos pais. Antes pelo contrário, trata-os mal, rouba dinheiro da carteira à mãe e manda-a à merda. Ao pai nem sequer fala, quanto mais ao irmão.

Faz contratos falsos utilizando NIF e número de BI falsos em instituições governamentais para que pareça que ela (a brasileira) esteja a trabalhar em casa dos pais. Pede créditos que depois não consegue pagar, vindo depois pedir dinheiro à mãe, dizendo que, posteriormente, lhe devolve. Nunca devolveu. Não compra roupa para ele, não se cuida. Nada! O dinheiro é para pagar o apartamento dela, as respectivas contas e descontos para a segurança social (visto ela supostamente também trabalhar para ele como empregada doméstica). Inventa uma gravidez para fazer com que os pais a aceitem.

A mãe não consegue expulsá-lo de casa, não tem coragem de lhe por as malas à porta. Mesmo a brasileira telefonando-lhe e chamando-lhe de puta para baixo. Ele sabe destes telefonemas, destes insultos à mãe, pois muitos são feitos à frente dele. Ele admite.

A tia já não pode fazer nada, pois o sobrinho deixou de lhe falar. Não lhe atende o telefone. A tia e a mãe (irmãs) desse rapaz falam ao telefone todos os dias e contam as novidades, que nunca mudam. Tudo continua na mesma. A prima desse rapaz fala com a mãe dele, sua tia, de vez em quando. O assunto surge sempre à baila. Tanto que já chateia. Dois anos a ouvir a mesma lengalenga quase todos os dias. Dois anos a dizer para pararem de ir a videntes desfazer qualquer feitiço que ela lhe tenha feito. Dois anos a dizer que devem partir para os meios legais. E mais recentemente, a dizer que já não vale a pena ninguém preocupar-se.

Todos os dias esse tema surge nas conversas em casa. A prima está farta. Está farta de ver a tia em sofrimento e de ver a mãe preocupada.

À prima só lhe apetece dizer: "Querido primo, se por algum acaso do destino estiveres a ler isto, espero bem que batas com os cornos na parede de uma vez por todas e com muita força e vejas a merda que andas a fazer. O sofrimento que causas aos teus pais, pois acredita que eles não vão durar para sempre. Amigos, pelo que sei, não tens nenhuns. Foram-se! Cansaram-se!

E tu, deixaste de ser um homem. És um cãozinho que anda de trela bem curta. Uma criatura cobarde, sem vergonha na cara que, apesar de mandar os pais à merda, ainda tem a lata de por os pés em casa e tirar-lhes dinheiro. Ao ponto que chegaste, francamente. Já nem distingues o bem do mal. Além dos tomates, essa mulher (se é que posso chamar-lhe assim) também te tirou o carácter e a vergonha. Será que o sexo com ela é assim tão bom que não vês mais nada à frente a não ser isso?

Ninguém te deseja mal… só querem que abras os olhos que insistes em manter fechados. Só espero que quando os abrires não seja tarde de mais. Que não estejas de tal forma atolado em problemas e ilegalidades que ninguém te possa ajudar."

3 comentários:

Lia disse...

e essa história já se repetiu tantas e tantas vezes! Não percebo onde é que os homens põe o cérebro... vai-lhes o sangue todo para a cabeça de baixo, só pode!

Olhos Dourados disse...

Bolas, não deve ser fácil ter um familiar assim!

Artemisa disse...

Lia...

O sangue e os neurónios.

Bjx

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Olhos Dourados...

Não é mesmo.

Bjx