quarta-feira, maio 06, 2009

O (des) atendimento público em Portugal...


Se há coisa que me chateia imensamente neste país é a forma como os cidadãos são atendidos quando se dirigem a alguma instituição, seja ela de forma presencial ou por telefone.

Gostava imenso de saber onde é que as pessoas, que estão no outro lado do balcão (ou do telefone), tiram o curso de atendimento ao público. Se calhar o diploma saiu-lhes num pacote da farinha amparo!!!

Atenção que não quero generalizar, pois sei que há locais onde as pessoas são atendidas com toda simpatia e atenção, mas há outros de levar as mãos à cabeça de tanto desespero.

Somos mal atendidos ou porque o senhor (a) que está atrás do balcão está mal disposto (a) porque teve uma má noite, ou porque levou uma multa da polícia, ou porque se foi pesar e viu que engordou um quilo, ou porque partiu uma unha, ou outras milhentas coisas que não nos interessam para nada... Eu compreendo que as pessoas tenham problemas (eu também os tenho), mas quem está à frente de uma instituição, a dar a cara, não pode deixar transparecê-los.

Mas, às vezes não é só um mau dia que estão a atravessar, às vezes sofrem de uma terível falta de jeito no que concerne atendimento ao público. Já alguma vez foram a algum sítio e tiveram que esperar 30 minutos para serem atendidos mesmo não estando ninguém à vossa frente? Eu já! Já vos deixaram pendurados porque de repente a pessoa que vos estava a atender recebeu um telefonema do fillho ou da filha? Eu já! Já ficaram à espera porque a pessoa que vos ia atender (finalmente) saiu porque tinha que ir tomar um cafézito? Eu ja! Já foram totalmente ignorados por uma recepcionista simplesmente porque estavam de fato de treino? Eu já!!!

E esta última deixou-me mesmo com os nervos em franja... Eu e a minha prima Catarina, de vez em quando, costumamos fazer umas caminhadas aqui pela zona. Uma vez fomos até as Termas a pé e ela perguntou-me se no Balneário D. Amélia (o balneário das pessoas chiques) teria um folheto com os preçários dos tratamentos. Assim ela podia ir buscá-los e colocá-los no local de trabalho dela (ela trabalha num hotel lá nas Termas) para os hóspedes verem. Eu respondi que devia ter e lá fomos nós. Entrámos e vimos a recepcionista a falar com um senhor. Como bem educadas que somos não interrompemos a conversa e esperámos que ela se dirigisse a nós ou que a conversa terminasse.

Mas não aconteceu nem uma coisa nem outra. Limitou-se a olhar para nós de lado e "nem uma nem duas", continuou a falar com o tal senhor como se nós as duas fossemos totalmente invisiveis. Por instantes senti-me um fantasma!!!

Ainda fui até a um vidro e olhei para mim de cima abaixo para ver se estava assim tão mal vestida... mas não. Estava só de calças de fato de treino e uma camisolita desportiva, assim como a minha prima. Nada de anormal ali, pois muitas pessoas andam assim a passear por ali. Enquanto eu continuava a olhar para a recepcionista feita parva (se tivesse os poderes do Super-Homem acho que a tinha fulminado. Ela pode agradecer o facto de "olhos fulminantes" só existirem em filmes, se não ela neste momento não passava de lombo e costeletas assadas)... a minha prima foi ao balcão ver uns papéis, que, por acaso eram os preçários.

Foi nesse momento que reparei que ela sabia que estávamos ali, mas não porque nos tivesse falado, não! Notei tal facto pois os olhos dela deslizaram na direcção da minha prima, continuando na mesma a falar com o tal homenzinho. (grande conversa e grande lata também) Passado uns segundos o senhor lá se foi embora e nem assim ela se dignou a perguntar-nos fosse o que fosse. Limitou-se somente a responder quando a minha prima lhe perguntou se podia levar os folhetos com os preçários. "Pode, pode!", respondeu ela. ("Você é parva, parva!", apeteceu-me dizer-lhe, mas lá me contive)

Pergunto: mas isto é maneira de tratar/atender alguém? Uma recepcionista que entendesse o minímo de atendimento ao público, mal nos viu entrar, dizia-nos bom dia com um sorriso e dizia-nos para esperar um momento enquanto acabava de atender o senhor,ou então, perguntava o que desejávamos, e como era algo rápido, atendia-nos e pronto. Mas não!!! Enfim...

É preciso, urgentemente, melhorar isto. E tenho dito!

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